sexta-feira, 4 de maio de 2012

Telescópio registra explosão de raios-X em buraco negro


O telescópio Chandra, da Nasa, registrou uma explosão de raios-X equivalente a milhões de vezes a radiação do Sol em todos os comprimentos de onda de radiação eletromagnética. 

A mancha rosa no centro da imagem é a explosão registrada pelo Chandra. Foto: Nasa/CXC/Curtin University/STScI/Middlebury College/Divulgação
Segundo a agência espacial, o registro, divulgado nesta quarta-feira, veio de uma galáxia vizinha à Via Láctea e é uma evidência direta de que existe uma população de velhos e voláteis buracos negros ants desconhecidos. 

Os pesquisadores usaram o telescópio para descobrir uma fonte ultraluminosa de raios-X (ULX, como chamam os pesquisadores na sigla em inglês). Esses objetos emitem muito mais esse tipo de radiação que os outros sistemas binários - quando uma estrela orbita os restos de uma estrela que entrou em colapso. O astro colapsado pode se tornar uma densa estrela de nêutrons ou um buraco negro. 

Acredita-se que os buracos negros dessas fontes ultraluminosas seriam jovens, já que suas companheiras são. Contudo, a descoberta feita com o Chandra indica que alguns seriam bem mais velhos e massivos do que se pensava. 

A ULX foi descoberta na galáxia M83, uma espiral a 15 milhões de anos-luz da Terra. Cientistas compararam dados de 2000 e 2001 e descobriram que a emissão de raios-X aumentou pelo menos 3 mil vezes com a explosão, uma das maiores mudanças já vistas nesse tipo de objeto. 

"A queima que a ULX teve nos pegou de surpresa e é um claro sinal de que descobrimos algo sobre como os buracos negros crescem", diz Roberto Soria, da Universidade de Curtin (Austrália), que liderou a pesquisa. Essa explosão certamente ocorreu devido à "queda" de matéria no buraco negro. 

Outra ULX contendo um velho e volátil buraco negro foi descoberta recentemente em Andrômeda. "Com esses dois objetos, está ficando claro que existem duas classes de ULX, uma com jovens buracos negros que crescem constantemente e outra com velhos que crescem erraticamente", diz Kip Kuntz, coautor da pesquisa, da Universidade Johns Hopkins (EUA). As descobertas serão detalhadas na edição de 10 de maio da publicação especializada The Astrophysical Journal. 

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