Normalmente, nosso Sol nem aparece nas emissões de raios gama registradas pelo telescópio espacial Fermi. Elas são muito fraquinhas para serem detectadas. Mas em 7 de março, uma atípica emissão eletromagnética irrompeu da estrela, criando um brilho 100 vezes mais intenso que alguns dos objetos mais energéticos do Universo.
Quando a pergunta é "o que brilha mais no espectro dos raios gama?", a resposta invariavelmente aponta as galáxias ativas alimentadas por buracos negros supermassivos ou então os pulsares, densas estrelas de nêutrons remanescentes de explosões supernovas.
Para estudar esses objetos celestes que geram altíssimos níveis de energia os cientistas utilizam diversos detectores, normalmente instalados em instrumentos colocados na órbita da Terra. Um desses instrumentos é o telescópio espacial Fermi de raios gama, que já mapeou centenas de fontes emissoras desse tipo.
Nas imagens geradas pelo Fermi nosso Sol nem aparece nelas, pois o nível de energia é infinitamente menor que as fontes de raios gama presentes no Universo. No entanto, durante a violenta explosão solar ocorrida em 7 de março de 2012 o nível de energia liberada pelo Sol foi tão intenso que rivalizou com o brilho observado nos pulsares e buracos negros, tornando nosso Sol, por alguns instantes, o objeto mais brilhante nas imagens captadas pelo telescópio espacial Fermi.
Estima-se que a energia dos raios gama gerada no momento da explosão era 1 bilhão de vezes maior que a energia dos fótons do espectro visível e pelo menos 100 vezes mais intensa que a energia dos raios gama liberada pelo pulsar Vela, localizado a cerca de 1000 anos-luz da Terra.
Neste momento nosso Sol quieto e invisível novamente nas imagens do telescópio Fermi. No entanto, à medida que o máximo do ciclo solar se aproxima, novas explosões solares deverão acontecer e provocar novas poderosas emissões de raios gama.
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