O Ministro chileno dos Negócios Estrangeiros, Alfredo Moreno, e o Diretor Geral do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), Tim de Zeeuw, assinaram nesta quinta-feira um acordo para construir o maior telescópio do mundo - o European Extremely Large Telescope (E-ELT).
O projeto entre o ESO e o governo chileno inclui a doação de terreno para o telescópio, uma concessão de longo prazo para estabelecer uma área protegida ao seu redor e ainda o apoio do governo chileno na instalação do telescópio.
O E-ELT terá um espelho primário de 40 m de diâmetro. Em março de 2011, a montanha do Cerro Armazones na região de Antofagasta no Chile foi selecionada pelo ESO como o futuro local do E-ELT. O novo telescópio integrará o Observatório do Paranal, do qual fazem já parte o Very Large Telescope (VLT), o interferômetro do VLT e os telescópios de rastreio. O Cerro Paranal situa-se a apenas 20 km do Cerro Armazones e, por isso, parte da infraestrutura pode ser partilhada entre os dois locais.
A construção deste telescópio representa outra contribuição significativa para a cooperação científica e tecnológica entre o Chile e o ESO, que começou em 1963 com a assinatura do primeiro acordo. O ESO e o Chile têm cooperado em muitos projetos relacionados com a astronomia, tanto em termos de de instrumentação como na formação de cientistas, engenheiros e técnicos, com o intuito de desenvolver cada vez mais a percepção e as competências astronômicas no Chile, um dos locais líderes em astronomia no mundo.
"O Chile possui o céu mais límpido de todo o planeta e acolhe os centros de observação astronômica mais importantes. É um dos nossos trunfos, mas é também uma parte da nossa contribuição para a Humanidade. A presença do ESO e do projeto E-ELT no nosso país são uma demonstração clara do interesse do Chile na promoção da tecnologia e da ciência", disse Moreno.
A negociação inclui a doação de 189 km² de terreno ao redor do Cerro Armazones para a instalação do E-ELT e a concessão durante 50 anos de uma área que representa mais 362 km², indispensável para proteger o E-ELT de poluição luminosa e atividades mineiras. Juntando-se aos atuais 719 km² de terreno em torno do Cerro Paranal, a área protegida total em volta do complexo Paranal-Armazones será de 1270 km².
O governo chileno comprometeu-se a fornecer a infraestrutura necessária, como a manutenção da rede de estradas que liga os observatórios a Antofagasta e assistência na ligação do Observatório do Paranal à rede nacional elétrica. Em troca, o ESO cede 10% de tempo de observação com o E-ELT para astrônomos chilenos.
O E-ELT é considerado o projeto mais ambicioso do ESO. Com o começo das operações previstas para o início da próxima década, o E-ELT abordará os maiores desafios científicos da nossa época e será focado em uma série de descobertas inéditas, incluindo a descoberta de planetas semelhantes à Terra, que se encontrem na zona de habitabilidade de outras estrelas, orbitando assim onde a vida pode existir.
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