A Nasa (a agência espacial americana) admitiu nesta terça-feira seu primeiro fracasso desde a chegada do Curiosity a Marte: a perda de um dos dois sensores para medir a velocidade do vento. Os dados do sensor, situado na extremidade do robô, chegam "saturados", disse Ashwin Vasavada, um dos responsáveis da estação meteorológica do Curiosity.
"Nossa equipe acredita que alguns filamentos da placa do circuito estão abertos, provavelmente rompidos, e depois de alguns dias de análise pensamos que se trata de um dano permanente". O sensor funcionou perfeitamente durante a viagem de oito meses a Marte e o dano foi causado durante ou após o pouso, disse Vasavada, destacando que o segundo sensor está "plenamente operacional". "Não detectamos qualquer outro problema com os instrumentos até o momento", concluiu Vasavada.
A pouco mais de duas semanas de sua chegada a Marte e após uma intensa série de testes, a sonda começará a dar suas primeiras voltas no planeta vermelho a partir de quarta-feira, anunciou a Nasa. A Curiosity, um robô de US$ 2,5 bilhões cuja missão é encontrar condições geológicas que indicam que Marte pode ter abrigado vida, chegou ao planeta em 6 de agosto passado e, desde então, é submetida a uma série de testes para garantir que seu equipamento - especialmente 10 instrumentos científicos a bordo - funciona corretamente.
Parece pronta, finalmente, para circular e iniciar sua missão científica, destacou a Nasa nesta quarta-feira. "Ontem (segunda), fizemos um teste de direção", disse Mike Watkins, um dos chefes da missão Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) de Pasadena (Califórnia).
O robô, do tamanho de um carro pequeno e com seis rodas, sendo quatro giratórias, tem o sistema de direção em perfeito funcionamento e já pode circular, destacou a Nasa. "Faremos nosso primeiro teste de deslocamento amanhã", disse Watkins. "Avançaremos uns três metros, vamos girar e depois retroceder um pouco...".
Se o teste, que deve durar "menos de meia hora", for bem sucedido, a Curiosity abandonará a zona onde pousou "em três ou quatro dias", disse Watkins. Curiosity avançará em direção a Glenelg, a cerca de 500 m de sua atual posição na cratera Gale, em direção oposta a seu objetivo final, o Monte Sharp. Seu alvo no momento é a confluência de três capas geológicas diferentes, de grande interesse para os cientistas.
Nos primeiros dias, a Curiosity deverá avançar em um ritmo moderado, a "10, 20 ou 30 m por dia", disse Watkins. "Depois, acredito que vamos andar mais de 100 m por dia".
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